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segunda-feira, dezembro 9, 2024

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União da Ilha

O grande impacto viria em 1977. ‘Domingo’ é classificado por vários especialistas como o melhor desfile já apresentado

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Corria o carnaval de 1953 e três amigos, Maurício Gazelle, Orphilo Bastos e Joaquim Lara de Oliveira, tiveram a ideia de fundar uma escola de samba que congregasse os amigos que batiam uma bolinha no time do União no bairro da Cacuia, Ilha do Governador.

A ideia inicial era disputar os concorridos prêmios do carnaval insulano, que contava com escolas como a Unidos da Freguesia, Império da Ligação, Paraíso Imperial e Unidos da Cova da Onça. Nenhuma destas agremiações disputavam o carnaval no centro da cidade. Afinal, eram escolas simples e pobres, com cerca de 100 componentes e estrutura primária. Desfilar “na cidade”, acarretaria gastos que nenhuma destas podia arcar.

Em 1970 começa a ascensão da escola, que consegue o segundo lugar no terceiro grupo com ‘O Sonho de Um Sambista’, conquistando o direito de voltar ao Segundo Grupo.

Firma-se nesta divisão, até que a conquista em 1974 com ‘Lendas e Festas das Yabás’, a leva para o desfile das grandes escolas em 1975. A estreia, embalada pelo belo samba ‘Os Confins de Vila Monte’, é boa. Consegue o 9o lugar entre doze concorrentes, ficando no Primeiro Grupo.

Mas o grande impacto viria em 1977. ‘Domingo’ é classificado por vários especialistas como o melhor desfile já apresentado. Em uma época em que o desfile já se mostrava contaminado pelo vírus do gigantismo, o que se viu na passarela foi o contrário: em vez dos carros alegóricos gigantescos, pequenos tripés e muita simplicidade; foram utilizados carrinhos de pipoca reais, assim como um barco cedido pelo Ministério da Marinha.

As fantasias, de simples concepção e sem luxo, condiziam perfeitamente com o enredo, que se destinava a narrar como é o dia da semana destinado ao descanso.

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Destaque União da Ilha – Carnaval Rio de Janeiro – Sambando.com

Em 1982, outro grande momento com ‘É Hoje’, baseado na obra do cartunista Lan, famoso por retratar a alegria do carnaval. Este samba é um dos mais regravados da História, merecendo versões de, entre outros, Caetano Veloso e Fernanda Abreu.

A união da Ilha também  lançou um artifício que se tornou lugar comum nos sambas da escola: o verso “A minha alegria atravessou o mar”, relativo à condição geográfica do bairro,  recriado por vários anos, adaptando-se aos enredos que se seguiram.

Em 2001, o maior revés da história da União da Ilha: o rebaixamento para o Grupo de Acesso. Com o enredo ‘A União faz a força, com muita energia’, a escola enfrentou problemas com alegorias e fantasias e fez um mau desfi le, apesar de ter um dos mais belos sambas do ano. No Grupo de Acesso, uma nova luta: voltar ao Grupo Especial.

Após oito anos no Grupo de Acesso, a União da Ilha voltou  à elite do carnaval carioca em 2010, com o enredo “Dom Quixote de La Mancha: O Cavaleiro dos Sonhos Impossíveis“, assinado pela carnavalesca Rosa Magalhães.

De lá pra cá o carnaval da União da Ilha foi sempre sinônimo de beleza e alegria.

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