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quarta-feira, outubro 30, 2024

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Dia Nacional do Samba: história, memória e resistência!

No dia 02 de dezembro celebra-se em todo país o dia do ritmo que é a própria alma do brasileiro.

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O dia nacional do samba em 02 de dezembro, demorou séculos para ser reconhecido como o dia da mais autêntica manifestação cultural do Brasil.

Visto por muitos anos como gênero do subúrbio originário da cultura negra, o samba carrega na sua história a marca do preconceito de raça, cor e credo que de muitas formas reprimia, discriminava e tentava diminuir o ritmo que sempre foi representante maior da grande massa da população brasileira.

Ainda sob este estigma, o samba se assemelha e se aproxima da própria história do povo brasileiro, como personificação da sua alma.

Alvo do racismo sistêmico, o samba e seus atores foram perseguidos ao longo da história:

No início do século 20, os sambistas em sua maioria de origem pobre, periférica e negra, eram detidos e até mesmo no Código Penal Brasileiro, havia previsão de que o samba era manifestação de vadiagem e rendia cadeia.

Mas, mesmo proibido, marginalizado e perseguido desde o seu nascimento,  desta vez a corda não iria arrebentar para o lado mais fraco:

Se era proibido nas ruas, o samba se mantinha vivo e enchia de alegria os quintais das casas de subúrbio especialmente na chamada Pequena África no Rio de Janeiro no quintal da grande Tia Ciata.

Nas décadas de 1920 e 1930, o samba ganhou mais popularidade na pessoa de João Barbosa da Silva, o Sinhô, Pixiguinha e Donga que tornaram conhecido internacionalmente.

Mas na mesma época,  Paulo da Portela um dos maiores nomes do samba brasileiro, tinha que usar o trem como lugar de palco e ensaio para fugir da repressão policial.

Sinal da força do samba, o gesto de Paulo da Portela perpetuou-se ao longo da história: A viagem de trem da Central do Brasil a Oswaldo Cruz, tornou-se símbolo de resistência e um dos mais importantes eventos do dia nacional do Samba.

Desde 1995, no dia 02 de dezembro vários sambistas fazem o mesmo percurso de Paulo da Portela no hoje chamado de  “Trem do Samba”, e cantam a plenos pulmões os maiores sambas da história, como símbolo de que a voz do povo, manifestada pela cultura do samba, jamais pode ser reprimida ou silenciada.

Nos dias atuais, apesar da sua importância não só cultural mas também histórica por contar em verso e poesia,  a saga da própria formação social brasileira, o samba ainda é reduzido por muitos, a um gênero musical sem muito valor:  

Para se ter uma ideia, muitas marcas preferem associar-se a eventos de música internacional,  eletrônica ou sertaneja do que a eventos de samba por exemplo, ou limitam seu apoio ao carnaval como se o samba, fosse apenas carnaval.

Uma visão equivocada que leva estas marcas a perderem milhões em identificação com o públicom já que o samba, identifica o Brasil no mundo, e nunca é demais lembrar que o samba, é muito mais que carnaval, é muito mais que música:

É manifestação  de força, de resistência, de fé, de empoderamento de identidade de um povo gigante, que assim como o samba, agoniza, mas resiste e sobrevive como o choro da cuíca, a ginga dos passistas, a fé dos malandros e cabrochas, a alegria do cavaco e a cadência do pandeiro.

Por isso, no Dia Nacional do Samba, celebramos, cantamos, entre lágrimas e sorrisos porque o samba é isso: é vida, é luta, é história, é memória, é resistência e força que nos leva para frente!

Por: Lília Araújo

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