Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu no Rio, no bairro da Saúde, em 5 de maio de 1946. Aos 8 anos, a grande diva e madrinha do samba dava seus primeiros passos na história da música mundial.
Saiba mais sobre Beth Carvalho (clicando aqui), mas nessa matéria vamos curtir os 7 sucessos da Madrinha pra curtir e sambar:
1 – Coisinha do Pai
Até Marciano aplaudiu!
A escolha da música foi da brasileira Jacqueline Lyra, na época, engenheira aeroespacial responsável pelo controle de temperatura do robô e da nave Pathfinder, que o levou ao planeta Marte.
O trecho que mais chamou a atenção de Jacqueline era: “Você vale ouro/todo o meu tesouro (…) Agradeço a Deus porque lhe fez/Ô coisinha tão bonitinha do pai”. Ela disse que a estrofe representava o carinho que os cientistas tinha, pelo robô.
2 – Vou Festejar
Considerada o marco zero do pagode, “Vou Festejar” tem um pano de fundo interessante: primeiramente, foi ignorada no Carnaval de 1977. Com o surgimento do bloco do Cacique de Ramos, que revelou o Fundo de Quintal, ela passou a ser retrabalhada e ganhou uma corporificação notável.
Já com cara de samba-enredo, foi lançada em 1978 e dominou as ruas no Carnaval de 1979, momento em que Beth se tornaria ‘madrinha’ de uma turma da pesada, incluindo Almir Guineto, Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho, que contribuíram com muitas composições para Beth – e fariam carreira por conta própria também, assim como o Fundo de Quintal, de Luiz Carlos da Vila.
3 – Andança
Gravada com os Golden Boys, “Andança” foi composta por Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós na casa da própria Beth.
Sua melodia é linear, mas na hora de antecipar o refrão, Beth chega com ímpar brilhantismo, acompanhada de um backing vocal que, se por um lado não faria sentido algum no samba, depois se tornaria um elemento do pagode, que ela ajudou a popularizar anos depois.
4 – Camarão que dorme a onda leva
A renovação do samba carioca é creditada, em larga medida, ao bloco carnavalesco Cacique de Ramos e, sobretudo, à presença da madrinha Beth Carvalho, apontada de tal maneira pela maioria dos sambistas da nova geração. Não é por acaso. Em 1981, Beth revelou ao Brasil o compositor e cantor Zeca Pagodinho, quando o convidou para cantar em seu disco o samba “Camarão Que Dorme a Onda Leva”, parceria com Arlindo Cruz e o lendário Beto Sem Braço. Além do ditado popular presente no título, que expressa a necessidade de atenção, agilidade, esperteza e dedicação por parte do cidadão brasileiro, outros são apresentados na letra, entre eles “hoje é dia da caça, amanhã do caçador”, sobre o caráter cíclico da vida; e “não faça gato e sapato de mim”.
4 – Água de chuva no mar
Clássico na voz da Madrinha do samba
Mangueirense de coração, no carnaval de 2007, já com problemas na coluna pediu um carro alegórico para desfilar, mas no dia do desfile foi barrada por um diretor da Mangueira. Ficou 4 anos afastada da escola. Em 2011, depois de uma ausência de quatro anos, Beth voltou a prestigiar a escola do coração. Ela foi ao desfile de cadeira de rodas, devido a uma cirurgia recente, para homenagear Nelson Cavaquinho, seu amigo e compositor preferido.
5 – As rosas não falam (Cartola)
Numa tarde de 1975, o compositor Nuno Veloso, que levava Cartola e dona Zica até a casa de Baden Powell, resolveu comprar flores para o casal. Ao se encantar com o desabrochar da roseira no dia seguinte, Zica questionou o marido: “Como é possível, Cartola, tantas rosas assim?”, ao que ele respondeu sem muito entusiasmo: “Não sei, as rosas não falam”. E começava a florescer naquele dia mais uma música que traria voz eterna a seu compositor. Gravada por ele e por Beth Carvalho em 1976, a música demonstrava toda a esperança lírica de Cartola, que a escrevera aos seus 67 anos.
6- Folhas secas (Nelson Cavaquinho)
No ano de 1973, lembrando com nostalgia sua mocidade, Nelson Cavaquinho compôs, ao lado do parceiro Guilherme de Brito, a essencial “Folhas Secas”, que prestava uma homenagem à querida Estação Primeira de Mangueira, onde ele conhecera o samba que o levaria por toda a vida. A música foi alvo de uma polêmica jamais resolvida entre Elis Regina e Beth Carvalho, que a lançaram no mesmo ano. Inicialmente dada para Beth gravar, foi levada pelo arranjador César Camargo Mariano para Elis. O resultado foram dois registros belíssimos para a música brasileira e uma desavença severa entre as duas intérpretes.
7 – Maior é Deus
Escolhemos a número 7 para simbolizar Beth Carvalho, eternamente a Madrinha do samba….
“Eh maior é Deus, pequeno sou eu
O que eu tenho foi Deus quem me deu
O que eu dou, é o que eu tenho
Foi Deus quem me deu…”
Título de Madrinha
Beth sabia reconhecer um talento quando via um, e logo, todos queriam ser afilhados da diva mangueirense.
Em 1983, já com a fama de “Madrinha do Samba”, ficou impressionada com o talento de um menino magro que cantava como gente grande. O menino impressionou tanto a madrinha que, na hora, Beth disse: “eu vou gravar esse samba, e eu quero você cantando comigo!” E o menino virou Zeca Pagodinho.