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Mulher negra brasileira faz história e dita a moda

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A influência da cultura africana está também estampada nas cores, formas e estilo da moda atual, com toda valorização da cultura afro-brasileira.

Afirmação de nossa identidade e resgate dos valores culturais através da dança e da estética,  O TURBANTE E AS ROUPAS DAS MULHERES NOS BLOCOS AFROS  expressam autoestima, elegância, empoderamento e sabedoria.

“Por isto eu canto pelas ruas das cidades. Para você minha crioula, minha cor, minhas verdades.” (Canção- Deusa do Ébano)

É assim que uma das fundadoras do bloco afro baiano Ilê Ayiê, a estilista Dete Lima, define a transformação que um turbante é capaz de fazer. Ela trabalha há 42 anos fazendo os ornamentos e as roupas que enfeitam quem desfila no bloco em Salvador. Além de oferecer oficinas de como usar o adereço no Ilê, Dete também veste a própria cabeça e destaca o significado que o turbante tem na sua religião, o candomblé.

Para os seguidores da religião de matriz africana, ele é usado para proteger o “ori”, que significa cabeça, na língua yorubá. Além do significado religioso, o ornamento ganha cada vez mais espaço nas ruas como forma de reconhecimento da cultura negra ou como um simples acessório, apresentando-se em diferentes tipos de tecidos e de amarrações.

Assim como os turbantes que já fazem a cabeça das mulheres, os penteados africanos são a continuidade e recriação de elementos culturais africanos aqui no Brasil; Só que os penteados estilo afro, vão muito além da estética: Para os africanos da região ocidental, o cabelo é uma indicação de poder espiritual, por ser o ponto mais elevado do corpo, próximo dos céus, ele possibilita a comunicação com os deuses e os espíritos e está próximo da divindade. Essa comunicação tem o intuito de alcançar a alma. Um encanto pode ser retirado ou o mal pode ser trazido para a pessoa por meio de aquisição de um fio de cabelo.

Esta crença no poder dos cabelos deixa sua influência também nas religiões brasileiras de procedência afro: É o caso do candomblé que, durante o ritual para feitura de santo, é feita a raspagem do cabelo. Segundo o pai de santo Geraldo Witer, esse ato significa renascimento.

Mas, os penteados, o cabelo, ganham também uma conotação social: Além de ser símbolo de riqueza, desde o surgimento da civilização africana, o estilo de cabelo tem sido usado para indicar o estado civil, a origem geográfica, a idade, a religião, a identidade étnica, a riqueza e a posição social das pessoas.

Mas esta influência da cultura africana não está só na “cabeça” (penteados e turbantes);
Está também estampada nas cores, formas e estilo da moda atual, com toda valorização da cultura afro-brasileira. Isso pode ser observado na utilização de tecidos coloridos, tecidos africanos, ou mesmo agregando nessa moda, artefatos regionais, como a renda e o bordado. Falar de uma moda afro é tentar sintetizar parte de uma cultura muito rica e vasta.

Construímos então uma moda afro-brasileira, onde a cultura regional também nos influencia. Um grupo é identificado pelas suas vestimentas, seus costumes, sua cultura. Criando assim um estilo próprio. A valorização desse estilo é resultado da nossa política de afirmação. Sim, moda também é uma ferramenta importante pra nossa identidade.

Exportamos para ruas, elementos da nossa religiosidade afro-brasileira, sem que pra isso perdessem seu valor sagrado, sendo preservados no seu espaço religioso. Isso é feito utilizando uma releitura dessas peças, como é caso por exemplo da utilização das batas. O nome é o mesmo, mas não é mesma bata que utilizamos nos momentos ritualísticos. Tem semelhanças de formas e cores. Podendo combinar essas batas não ritualísticas, com saias curtas ou mesmo com jeans do dia-dia.

Não se pode falar de moda afro ou afro-brasileira, sem citar umas das pioneiras desse segmento na Bahia, Saraí Reis, que vestia alguns integrantes do então Movimento Negro Unificado, recentemente, ela tem a loja Ifá Veste. Um dos trabalhos atuais dela como figurinista foi o figurino da peça Bença, do Bando de Teatro Olodum, por sinal lindíssimo. Contemporânea de Saraí é Goya Lopes. Goya utiliza nas suas coleções estampas com grafismos inspirados pela moda afro-brasileira. Sua exclusividade vem da técnica de aplicação dessas estampas no tecido de malha.

Atualmente, temos ainda Mônica Anjos, Madá Preta, com a Negrif de Salvador Bahia.

Eu mesma  aqui no Rio de Janeiro com o Atelier Divindade Nagô TURBANTES e acessórios e também  com King &Queen  a moda de reis e rainhas parceria com Michael  Isaias ,venho inovando e preservando nossas raízes. Pode até parecer paradoxal, mas é na verdade uma força que a moda afro-brasileira possui, saber respeitar suas referências, modernizando seus conceitos.

No mês da consciência negra, no ano do centenário do samba, nada melhor do que ver toda esta riqueza cultural dos nossos ancestrais africanos conquistar o Brasil e ganhar o mundo, sempre com uma ajudinha do bom e velho samba em cujos terreiros toda esta riqueza de cores, penteados, turbantes e vestimentas ganhou destaque.

Se a moda é afro, a moda é samba. E se é samba, então “tamu junto”!

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