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quinta-feira, março 28, 2024

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Elis Regina: Rainha!

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Intensa! Esta é uma das inúmeras palavras que podem definir a talentosa e inesquecível Elis Regina. Com uma marcante presença de palco e dona de uma voz singular, Elis causava arrepio: conseguia em uma mesma performance, em uma mesma canção, ir do riso às lágrimas arrebatando a platéia.

Foi assim que se tornou a grande revelação do festival da TV Excelsior em 1965, quando cantou “Arrastão” de Vinicius de Moraes e Edu Lobo, levando o título de primeira estrela da canção popular brasileira na era da TV. Dali em diante, ela alcançaria o posto de maior voz da música brasileira, aventurando-se por muitos gêneros; da MPB, indo da bossa nova ao rock e do jazz ao samba.

Todos os que tiveram o prazer de ser contemporâneos desta ilustre artista, ou de ter canções interpretadas por ela, ou ainda de dividir o palco com Elis Regina, sempre se referiram a ela com muita emoção. Foi o caso do saudoso Jair Rodrigues: Juntos, Jair e Elis Regina gravaram três discos ao vivo: “Nós juntávamos a fome com a vontade de comer. Era uma alegria geral, total e irrestrita, tanto fora, como dentro do palco. Nós vivíamos num mar de rosas”.

Na 1ª Bienal do Samba, realizada pela TV Record em 1968, que apresentou como novos compositores, ninguém menos que Chico Buarque, Zé Keti, Paulinho da Viola, Edu Lobo e Tom Jobim e, entre os intérpretes também estava o irreverente Jair Rodrigues, Elis levou o primeiro lugar interpretando Lapinha (Baden Powell) junto com os Originais do Samba.

Elis registrou, como poucas mulheres e artistas, momentos de felicidade, amor, tristeza e patriotismo. Tudo em Elis tinha uma dimensão grandiosa, fervorosa, intensa…

Ao longo de toda sua carreira, interpretou canções de músicos até então pouco conhecidos, como Milton Nascimento, Ivan Lins, Renato Teixeira, Aldir Blanc, João Bosco, ajudando a lançá-los e a divulgar suas obras, impulsionando-os no cenário musical brasileiro e, para todos estes, a parceria, a amizade ou a simples convivência ainda que momentânea com Elis é motivo de orgulho.

Sua presença artística mais memorável foi registrada a partir dos anos 70 nos álbuns Em Pleno Verão (1970), Elis & Tom (1974), Falso Brilhante (1976), Transversal do Tempo (1978), Saudade do Brasil (1980) e Elis (1980).
Com a ousadia que lhe era peculiar, Elis Regina foi a primeira pessoa a inscrever a própria voz como se fosse um instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil e, não era para menos: a voz de Elis sempre foi inigualável e inesquecível com o som mais belo, do mais afinado instrumento musical brasileiro.

No verão de 1982, o Brasil foi surpreendido com a notícia de sua morte precoce: Elis partiu no auge de sua carreira, com apenas 36 anos de idade, mas o seu talento, a sua voz, a sua emoção de cantar, a sua intensidade, serão eternas. Prova disso é que, em 2013, foi eleita a segunda melhor voz da música brasileira pela revista Rolling Stone, superada apenas por Tim Maia e foi também inserida na lista dos maiores artistas da música brasileira de todos os tempos, ficando na 14ª posição, sendo a mulher mais bem colocada.

Foram necessários apenas 36 para que Elis Regina ficasse para sempre nos nossos corações.

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